A vigésima primeira edição do Congresso Brasileiro de Engenharia de Pesca (XXI Conbep) foi realizado em Manaus, no período de 21 a 24 de outubro, com o tema “Engenharia de Pesca: desafios e conflitos da gestão multidisciplinar sobre a aquicultura e a pesca no Brasil”, e contou com organização da Federação Nacional dos Engenheiros de Pesca do Brasil (FAEP-BR), conjuntamente com a Associação Brasileira de Engenharia de Pesca (ABEP), a Associação dos Engenheiros de Pesca do Estado do Amazonas e as demais Associações Estaduais – AEP’s.
O Congresso se propôs a divulgar, discutir e disseminar as inovações tecnológicas utilizadas na pesca industrial, artesanal e esportiva, na aquicultura e no processamento do pescado, abordando os avanços na Tecnologia e Inovação de processos produtivos voltados para o aumento da produção e produtividade, que preservando os estoques pesqueiros e mantendo a capacidade de suporte dos ecossistemas aquáticos, propiciem a elevação da renda para todos os setores das cadeias produtivas do pescado.
Carlos Freitas, da diretoria do Instituto Piatam, conduziu a palestra magna na abertura do evento com o tema “Desenvolvimento sustentável no âmbito das ciências pesqueiras”. Além disso, palestrou ainda sobre o tema “Pesca na Amazônia: estratégias de manejo visando a sustentabilidade dos recursos e a coexistência entre pescadores”.
Na abertura, Carlos disse que as “Ciências Pesqueiras” são as responsáveis (e provavelmente o único caminho) para que a Aquicultura e a Pesca sejam sustentáveis. “As Ciências pesqueiras são ciências aplicadas, inerentemente multidisciplinares, destinadas a otimização e a sustentabilidade da produção de organismos aquáticos e envolve Antropologia, Biologia, Demografia, Ecologia, Economia, Engenharia, Estatística, Farmacologia, Física, Genética, Geologia, Matemática, Oceanografia, Química, Sociologia, Zoologia, entre outros”. Carlos apresentou o cenário atual da aquicultura e da pesca, fazendo um comparativo do Brasil com outros países.
Já na palestra sobre a pesca na Amazônia, Carlos discorreu sobre as quatro opções de manejo: proibir completamente a pesca comercial, manejar a pescaria para conservar a atual composição de espécies, manejar a pescaria visando o maior rendimento pesqueiro e não fazer nada (exceto monitorar captura e esforço). “A complexidade da pesca amazônica é muito alta. O predomínio de procedimentos artesanais na detecção dos cardumes e nas operações de captura é refletido na variedade de apetrechos e estratégias de pesca. Ao mesmo tempo, fatores ambientais e mercadológicos propiciam oferta e demanda para uma elevada diversidade de espécies, incomum em pescarias comerciais. Um fator adicional de complexidade na pesca dessa região são os diferentes tipos de usuários dos recursos pesqueiros, com diferentes estratégias de pesca e diferentes comportamentos frente aos recursos e ao ambiente”.
Paralelamente a esse evento, foram realizados o III Seminário de Discussão (Workshop) Sobre Assistência Técnica e Extensão Pesqueira, o Encontro de Estudantes de Engenharia de Pesca, o Encontro Nacional dos Diretores / Coordenadores dos Cursos de Engenharia de Pesca e a Expo CONBEP 2019: Feira da Pesca e Aquicultura, que reuniu empresas, instituições governamentais e não governamentais envolvidas direta e indiretamente com o setor pesqueiro e aquícola do país.
Sobre o Conbep – Congresso Brasileiro de Engenharia de Pesca é o principal fórum nacional de intercâmbio técnico-científico da área, e aberto aos profissionais e estudantes de parceiros tais como: Instituições de Ensino, Pesquisa e Extensão, Órgãos Governamentais Federais, Estaduais e Municipais, Entidades Não Governamentais, Pesquisadores, Professores, Técnicos, Pescadores, Aquicultores e Empresários da Cadeia Produtiva da Pesca e Aquicultura.
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